terça-feira, 30 de maio de 2017

Um ao outro – vivendo em comunidade – orar uns pelos outros

Uma das coisas que aprendi em meu ministério é que as pessoas têm dificuldades, não só de falar em público, mas também de orar em público. Eu não sou diferente deles; pelo menos eu não era. Eu me lembro da minha primeira experiência de orar em público; foi assustador. Eu era um discípulo novo de Cristo e a mocidade da nossa igreja me convidou para uma conferência de jovens do Sínodo na capital do nosso estado. Tudo foi emocionante para mim. Eu não sabia que havia tantos jovens da minha idade, seguindo a Cristo e indo à igreja.
Então, decidi ir ao evento. Tivemos muitas reuniões, música, palestras, etc. Mas um dia eles organizaram um grupo grande em uma sala. Nós estávamos sentados em cadeiras em um grande círculo. De repente, o líder anunciou que eles teriam uma reunião de oração e todos teriam a oportunidade de orar, começando com a pessoa do lado dele e indo ao redor do círculo inteiro, e ele fecharia a reunião com a sua oração.
Fiquei petrificado e feliz ao mesmo tempo. Petrificado, porque eu nunca tinha orado em público e na frente de tanta gente; feliz porque eu estava perto dele, do lado oposto. Confesso que durante a reunião toda de oração eu não fui capaz de prestar atenção nas orações, eu tive um curso intensivo sobre a oração. Aprendi como as pessoas começavam a suas orações, quais eram as principais solicitações, ou expressões de louvor e gratidão, como eles usavam sua entonação e, o mais importante para mim naquele momento, como eles terminavam. Eu não preciso te dizer que quando chegou minha vez eu tinha uma boa oração para oferecer.
A Bíblia nos exorta a orar uns pelos outros: Confessai, portanto, os vossos pecados uns aos outros, e orai uns pelos outros, para serdes curados. A súplica de um justo pode muito na sua atuação. Tiago 5:16.” Isto deve ser uma experiência muito importante e comum na vida da igreja.
Quando foi a última vez que alguém orou por você? Não estou falando de pessoas que oram por você dentro de seus quartos de oração, ou silenciosamente. Eu estou perguntando quando foi a última vez que alguém veio para você segurou as mãos ou colocou as suas mãos no seu ombro e fez uma oração em voz alta para você? E quanto a você? Você já fez algo assim para alguém?
A Bíblia nos encoraja a orar um pelo outro. Devemos desenvolver uma disciplina pessoal para orar por nossos irmãos e irmãs. Mas a Bíblia também nos encoraja a orar com o outro. Quando foi a última vez que você participou de uma reunião de oração? “Reunião de oração?” Sim, uma reunião onde as pessoas se reúnem SÓ PARA ORAR. Talvez para você isso pareça estranho. Sim, mas foi uma reunião comum na vida da igreja ao longo da história e ainda é em muitas partes do mundo hoje. As pessoas se reúnem em casas, igrejas, escritórios, até mesmo em público, como cafeterias e lanchonetes, para orar com e para o outro.
Eu aprendi logo no começo da minha jornada com Cristo a orar com outras pessoas e por elas. Eu também aprendi que a Bíblia é a melhor maneira de aprender a orar. Mas de uma maneira prática você vai aprender mesmo é com outras pessoas, até que você seja capaz de usar suas próprias palavras. Você não precisa ser um salmista para orar. Você só precisa amar o Senhor e amar seus irmãos e irmãs. Reunião de oração é como uma reunião de família, irmãos e irmãs falando com o Pai, pedindo as coisas para eles e para seus irmãos.
Tenha uma semana abençoada,

Pastor Lucas

terça-feira, 23 de maio de 2017

Um ao outro – vivendo em comunidade – Estimular um ao outro

“Politicamente correto” tem dominado a nossa sociedade nos últimos anos. Agora, precisamos ter muito cuidado, não só com o que fazemos, mas principalmente com o que dizemos. Mesmo em pequenos grupos, como família e igreja. A questão é até onde devo ir para desafiar ou incentivar meu irmão e minha irmã para fazer o bem e amar as pessoas? Em outras palavras, a se comportarem como verdadeiros cristãos.
Igreja deve ser um lugar onde possamos ficar confortáveis a desafiar e ser desafiado por nossos irmãos e irmãs. O autor da carta aos Hebreus escreveu isto: e consideremo-nos uns aos outros, para nos estimularmos ao amor e às boas obras, Hebreus 10:24.” Isto é o que o comentário do Expositor da Bíblia tem a dizer sobre a palavra “estimular”: “Estimular” traduz o vívido substantivo paroxysmos, usado na discordância “afiada” que separou Barnabé e Paulo em Atos 15:39; aqui tem uma conotação mais positiva, mas certamente mostra que o autor esperava que o “incentivo” seria estimulante e até confrontador ao invés de meramente reconfortante.”
Como você pode ver “estimular” é um estimulo forte. Quando foi a última vez que um irmão ou uma irmã veio para você e o desafiou a fazer o bem ou a ser mais amorosa/amoroso? As pessoas não fazem isso mais. Eles estão com medo que eles vão ofender os outros, que a pessoas saiam da igreja, ou que irão se machucar, etc. Como igreja temos a responsabilidade de fazer as coisas de forma diferente e também a viver um tipo diferente de vida. Quando não estamos fazendo isso é a responsabilidade de alguém da igreja vir até nós e nos estimular a comportarmos como um cristão.
Este tipo de estímulo não deve ser vil, mas deve ter a sua origem no próprio Deus. Isto é o que Paulo escreveu aos romanos: Ora, o Deus de constância e de consolação vos dê o mesmo sentimento uns para com os outros, segundo Cristo Jesus. Romanos 15:5” Paulo está dizendo que esse estimulo deve vir de Deus. É um presente do Senhor. Nós não produzimos este estimulo. Quando usamos este incentivo as pessoas vão sentir, não a nossa força, mas o poder de Deus.
Nosso objetivo deve ser motivar nossos irmãos e irmãs para fazerem o bem, para amar e para vir à igreja. Eles precisam entender que não só Deus esperava isso deles, mas também a Igreja e o mundo. Essas ações fazem parte do nosso testemunho cristão. Eles são os meios para mostrar às pessoas onde está o nosso compromisso. Se alguém professa a fé cristã e não está disposto a fazer o bem, amar e ir à igreja dele ou dela, alguém deve confrontá-los e estimula-los naquela direção.
No próximo versículo o autor da carta aos Hebreus explica e expande o contexto e as razões para estimularmos uns aos outros: não abandonando a nossa congregação, como é costume de alguns, antes admoestando-nos uns aos outros; e tanto mais, quanto vedes que se vai aproximando aquele dia. Hebreus 10:25.” O primeiro deles é que as pessoas tinham o hábito de não frequentar a igreja em uma maneira regular. A maioria deles tinha medo de perseguição. Mas o escritor acrescenta uma razão muito importante para nós fazermos isso, “o dia se aproxima”. A principal razão é que nosso tempo é curto. Não sabemos quanto tempo ainda temos e por causa disso nós devemos ser corajosos e em amor estimular um ao outro.
Tenha uma semana abençoada,

Pastor Lucas

quarta-feira, 17 de maio de 2017

Um ao outro – viver em comunidade – confessar seus pecados uns aos outros

Matthew Henry escreveu: “a religião cristã é a religião dos pecadores, daqueles que pecaram e daqueles em quem o pecado em alguma medida ainda habita. A vida cristã é uma vida de contínuo arrependimento, humilhação e mortificação para o pecado, e de contínua fé, gratidão e amor para com o Redentor e a alegre e esperançosa expectativa do dia da gloriosa redenção, na qual o crente será totalmente e finalmente absolvido e o pecado abolido para sempre.” Em outras palavras: somos pecadores e teremos de lidar com o pecado pelo o resto de nossas vidas até o dia glorioso quando nosso Senhor nos chamará à sua casa eterna.
O conhecimento disto vai nos fazer compreender a importância do nosso relacionamento com Deus e com nossos irmãos e irmãs. Somos quebrados, e no decorrer de nossas vidas nós vamos dizer e fazer coisas que não deveríamos. Nós ofenderemos, não só Deus, que é Puro e Santo, mas nós também ofenderemos as pessoas ao nosso redor, como as famílias, amigos, colegas, vizinhos e nossos irmãos e irmãs.
É importante nós entendermos que estas atitudes irão nos afetar, não só espiritualmente, mas emocionalmente e às vezes fisicamente. Pecado é doloroso não só para aqueles que sofrem, mas também para aqueles que o comete.
Se queremos viver em comunidade, teremos de aprender a consertar relacionamentos rompidos, causados pelo pecado. A Bíblia nos diz que o remédio é a confissão mútua. Precisamos admitir nossos pecados e nos arrepender. Isto é o que Tiago nos pede para fazer: “Confessai, portanto, os vossos pecados uns aos outros, e orai uns pelos outros, para serdes curados. A súplica de um justo pode muito na sua atuação. Tiago 5:16.”
Aqui estão alguns passos sobre a confissão que pode ajudá-lo em sua jornada:
1. Confesse seus pecados a Deus
Todo pecado é contra Deus em primeiro lugar. Toda vez que pecamos, nós pecamos contra Deus. Nós quebramos a Sua Lei. Confissão é o reconhecimento disto. Nós entramos na presença do Senhor e reconhecemos que Ele está certo, e nós estávamos errados.
2. Confesse para a pessoa que foi ofendida
Jesus disse que se nós pecamos contra um irmão ou irmã, que temos de ir, confessar e pedir desculpas a eles. Isto deveria ficar entre mim e meu irmão e irmã.
3. Confesse para a Igreja
Alguns pecados são públicos, e eles precisam ser tratados publicamente. No passado a pessoa que cometeu um pecado público iria até na frente da igreja e reconheceria o que ele ou ela tinha feito e pediria perdão. Às vezes, é apenas algumas pessoas ou um pequeno grupo que estava envolvido. A ideia é reconhecer na frente do grupo envolvido e pedir perdão.
4. Confesse para um líder espiritual ou um amigo maduro
Em alguns casos, fazemos coisas que são contra Deus, e precisamos de ajuda, ou lutamos em certas áreas da nossa vida. Nestes casos um líder espiritual ou um amigo maduro, confiável, alguém que poderia ouvir nossa confissão e nos ajudar em nossa jornada rumo à recuperação.
A Bíblia diz que quando confessamos nossos pecados uns aos outros, nós não só seremos perdoados, mas seremos curados. Nosso relacionamento com Deus e nossos irmãos e irmãs será restaurado. Isto é o que o Apóstolo João escreveu: “Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça. 1João 1:9.”
Tenha uma semana abençoada,

Pastor Lucas

terça-feira, 9 de maio de 2017

Um ao outro – vivendo em comunidade – Suportar um ao outro

“Eu não suporto esse irmão!”, “ela é insuportável, eu desisto!” Quantas vezes você já ouviu isso? Quantas vezes você já disse isso? Há irmãos e irmãs em nossas igrejas ou comunidades de fé que estão além da nossa capacidade de lidar ou de ter comunhão com eles. Nós  simplesmente não podemos.
Este tipo de atitude é responsável por muitas divisões no corpo de Cristo. Quantas igrejas começaram porque irmãos e irmãs não podiam suportar uns aos outros. Às vezes era um grupo ou facção que não podia viver com outro grupo e eles se separaram da igreja, deixando um rastro de destruição e animosidade para trás.
O problema não é apenas entre os irmãos, mas o mau testemunho para os de fora, que observam as pessoas que proclamam o amor a Deus e perdão, lutando entre si. Isso explica por que algumas pessoas não querem vir à igreja.
Há, pelo menos, três razões para suportar uns aos outros, aqui estão elas:
1. Nós todos somos parte da família de Deus – a primeira razão para suportarmos uns aos outros é porque nós somos membros da família de Deus. Nós fomos adotados nesta família maravilhosa. Escrevendo para os Efésios Paulo afirmou: com toda a humildade e mansidão, com longanimidade, suportando-vos uns aos outros em amor, Efésios 4:2.” No contexto Paulo usa as palavras, “chamando”, “a unidade do espírito”, e “o vínculo da paz”. Estes termos nos dão a entender que somos parte do corpo de Cristo. Nós devemos ver os outros como membros do mesmo corpo, irmãos e irmãs, e por causa disso devemos suportar um ao outro.
2. Nós todos somos quebrados – é importante para nós entendermos e aceitarmos que, apesar de nós sermos remidos por Cristo e ser membros do seu corpo – a Igreja – nós ainda somos pecadores. Fazemos coisas que não devemos fazer. Irmãos e irmãs vão machucar uns aos outros, maltratar uns aos outros e vão dizer palavras que ofendem uns aos outros. É por isso que o apóstolo Paulo escreveu: “suportando-vos e perdoando-vos uns aos outros, se alguém tiver queixa contra outro; assim como o Senhor vos perdoou, assim fazei vós também. Colossenses 3:13.” Teremos de aprender a para pedir perdão e perdoar.
3. Nós todos estamos em níveis diferentes em nossa jornada com Cristo – finalmente, é preciso compreender que, na nossa caminhada com Cristo, estamos em níveis diferentes. Paulo, nas cartas aos Romanos capítulo 10 e na carta aos Coríntios capítulo 14, fala sobre as irmãos/irmãs maduros e irmãos/irmãs fracos. Ele tenta fazer os membros dessas igrejas entender que precisamos nos adaptar para que possamos viver com irmãos e irmãs que ainda não estão maduros. Na carta aos Gálatas ele escreve isto: “Irmãos, se um homem chegar a ser surpreendido em algum delito, vós que sois espirituais corrigi o tal com espírito de mansidão; e olha por ti mesmo, para que também tu não sejas tentado. Levai as cargas uns dos outros, e assim cumprireis a lei de Cristo. Gálatas 6:1-2” aqui, ele usa o termo “espiritual” como sinônimo de maturidade. É importante entender que nem todos os membros da igreja estão no mesmo nível e por causa disso é que temos de suportar uns aos outros.
Tenha uma semana abençoada,

Pastor Lucas