quarta-feira, 25 de maio de 2016

Amar o desprezado

Hoje em dia estamos assistindo um movimento dentro das igrejas que deveria nos preocupar. Igrejas tem como alvo apenas as pessoas que se parecem com elas. Elas estão usando estudos demográficos, não para descobrir e aprender quem são as pessoas em sua área e assim direcionar seu ministério para elas. Infelizmente, igrejas estão fazendo estudos demográficos para descobrir onde estão as “melhores pessoas”, na definição delas, para que possam plantar uma igreja lá ou mudar sua igreja para aquele local. Um comentarista da Bíblia corretamente chamou isto de “o Ministério do CEP”.
A palavra "desprezado" tem muitos sinônimos. Aqui estão alguns deles: abandonado, menosprezado, sem amigos, ignorado, rejeitado, desdenhado, esquecido, não aceito, indesejável, impopular, e excluído. Nós como igreja devemos estar dispostos e preparados para este tipo de pessoas, as que são esquecidas e rejeitadas pela sociedade. Mas, parece-me, que as igrejas têm outra coisa em mente. Seus objetivos e missões são de atingir as pessoas que pensam como elas, vestem-se como elas e têm os mesmos objetivos na vida. Elas estão à procura de uniformidade.
A maioria dessas igrejas está administrando um negócio muito bom, mas a missão não está nem perto da missão de Jesus. Jesus veio trazer a mensagem e o amor de Deus para aqueles que não podiam se ajudar. Ele fez isso por meio da encarnação, o que significa o caminho mais próximo que Ele pôde achar para chegar até nós. Isto é o que Paulo escreveu naquele lindo poema e confissão sobre a encarnação de Jesus em sua carta aos Filipenses: “Tende em vós aquele sentimento que houve também em Cristo Jesus, o qual, subsistindo em forma de Deus, não considerou o ser igual a Deus coisa a que se devia aferrar, mas esvaziou-se a si mesmo, tomando a forma de servo, tornando-se semelhante aos homens; e, achado na forma de homem, humilhou-se a si mesmo, tornando-se obediente até a morte, e morte de cruz. Pelo que também Deus o exaltou soberanamente, e lhe deu o nome que é sobre todo nome; para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho dos que estão nos céus, e na terra, e debaixo da terra, e toda língua confesse que Jesus Cristo é Senhor, para glória de Deus Pai. Filipenses 2:5-11.” As palavras que Paulo usou para definir as ações de Jesus são, “esvaziou-se”, “tomando a forma de servo”, “na forma de homem”, “se humilhou”, “obediente até a morte”, “morte de cruz”.
Esta era a Sua missão, Ele foi enviado para fazer isso. Isto é o que Ele disse em sua oração sacerdotal: “Assim como tu me enviaste ao mundo, também eu os enviarei ao mundo. João 17:18. " E isto é o que Ele disse aos seus discípulos depois da Ressurreição: “Disse-lhes, então, Jesus segunda vez: Paz seja convosco; assim como o Pai me enviou, também eu vos envio a vós. João 20:21. " O dicionário grego de Mounce traduz “como” desta forma: “assim como, da maneira que”, o que significa que a missão da igreja é a mesma missão que Jesus teve. Ele nos mandou fazer a mesma coisa. Procurar os perdidos, proclamar o Evangelho, ajudar os outros e amar o desprezado, e não apenas servir aqueles que são como nós.
Tenha uma semana abençoada,

Pastor Lucas

quinta-feira, 12 de maio de 2016

Dinheiro não é tudo

Quando eu trabalhava no Brasil, eu costumava dizer: “Se você tem gente, não precisa de dinheiro, se você tem dinheiro, você não precisa de gente.” Eu ainda acredito nisso, e ainda acredito que isto não se aplica apenas ao Brasil, mas a todos os lugares. Se você tem dinheiro, você não precisa de pessoas, você compra tudo. Você compra o anúncio, você compra o melhor lugar, você compra o melhor da música, o melhor sistema de som, o melhor sistema de mídia, etc.
Por outro lado, se você tem pessoas dispostas a participar, então o dinheiro é apenas um detalhe que pode ajudar. O povo vai fazer o trabalho, você encontra maneiras de produzir mesmo com recursos escassos e vai atrair mais pessoas.
Todos sabemos que a igreja no seu início não era uma igreja rica. Eles não podiam ter seus próprios edifícios, eles não podiam se reunir em locais públicos, e eles não eram reconhecidos como uma religião oficial. Eles sofreram perseguições do estado e de outras religiões. Foi um momento muito difícil. Não tinham campanha de marketing, TV ou internet, mas eles tinham o povo, e por causa disso, eles foram capazes de cumprir a sua missão.
Na carta que Paulo escreveu para a Igreja de Colossos, encontramos este texto surpreendente: "..., como também está em todo o mundo, frutificando e crescendo, assim como entre vós desde o dia em que ouvistes e conhecestes a graça de Deus em verdade, Colossenses 1:6." Paulo está dizendo que a primeira geração de cristãos foi capaz de espalhar o Evangelho ao mundo inteiro que eles conheciam.
Como eles fizeram isso sem qualquer tecnologia e dinheiro? Aqui estão algumas lições que podemos aprender com eles:
1. Mantenha a simplicidade do Evangelho - este é o primeiro passo. Não complique. O evangelho é a mensagem simples do amor de Deus. Nossa geração é muito boa em complicar as coisas. A igreja nos nossos tempos está fazendo muitas coisas que vão além da sua missão.
2. Ênfase em pessoas - Pessoas acima do programa, este deve ser o nosso lema. O negócio da igreja são as pessoas. Nós alcançamos as pessoas com pessoas. Conexão pessoal tem provado ser a maneira mais eficaz de crescimento de uma igreja.
3. Criatividade - falta de dinheiro não é o problema quando colocamos nossa criatividade para funcionar. A Igreja deve ser um lugar onde a criatividade é permitida e incentivada.
4. Compromisso pessoal - finalmente, precisamos de compromisso pessoal se queremos chegar a algum lugar. O discipulado é manifestado em um compromisso pessoal com Deus e Sua Palavra, um compromisso com a igreja, o povo de Deus e um compromisso para com o mundo, com o intenso desejo de levar a mensagem e o amor de Deus para ele.
Tenha uma semana abençoada,

Pastor Lucas

terça-feira, 3 de maio de 2016

Não é como adoramos, mas quem nós adoramos

"Culto alternativo," "Culto contemporâneo", "Culto de sábado à noite," "Igreja líquida," “Culto Jovem," "Seeker Sensitive," "Seeker-friendly," "Culto Contemplativo," etc. A lista de opções de adoração é longa e está ficando cada dia maior. Nossa geração está passando por uma revolução na adoração que nunca vimos antes.
A guerra da adoração não é só tradicional versus contemporâneo. Ela está tão fragmentada que é difícil de entender o que está acontecendo. Nós temos o fluxo tradicional que está presente na igreja por muito tempo, mas agora nós estamos testemunhando o surgimento dos cultos contemporâneos com vários instrumentos, diferentes estilos de música, mídia, etc. Além disso temos a igreja emergente chegando com força, trazendo alguns aspectos da espiritualidade cristã, como formação espiritual, devoção interna e devoção pessoal.
No meio desta batalha, nós temos a igreja, formada por pessoas que estão seguindo a Jesus e que às vezes não tem a mínima ideia do que está acontecendo. Eles gostam de cultuar, e eles também têm suas preferências. Quando uma igreja decide alterar ou adotar apenas um tipo ou estilo de culto, normalmente muitos ficam insatisfeitos e outros vão para outras igrejas. Em qualquer caso, ninguém sai ganhando.
A primeira coisa que devemos entender é que adoramos a Deus e Deus somente. Deus é o centro da nossa adoração, não importa o estilo, as luzes, a música ou a falta delas. Deus é a pessoa que nos atrai para o culto. Tudo o que fazemos, não só durante o culto de domingo, mas em toda a nossa vida deve ser uma expressão de adoração a Ele. Ele é o criador, o Salvador, o Sustentador, o Provedor, o Rei, o Senhor e Aquele que nos ama mais do que ninguém. Assim sendo nós adoramos a Deus, o Deus Triúno.
A segunda coisa que devemos entender é que a adoração é ditada por Deus através da Sua Palavra. Embora eu acredite que temos alguma liberdade para sermos criativos, os elementos básicos da adoração devem estar presentes no culto. Aqui estão alguns deles: música, oração, Koinonia - comunhão espiritual, leitura e exposição das Escrituras. Claro, você pode adicionar algo aqui e ali, dependendo de sua tradição mas esses elementos são essenciais para o culto.
A terceira coisa que precisamos entender é que o culto é de dentro para fora. Adoração deve vir do nosso coração e do nosso espírito. Isto é o que Jesus disse à mulher Samaritana: “Deus é espírito e seus adoradores devem adorar em espírito e em verdade". João 4:24.” Nossa adoração não se baseia apenas na verdade da Palavra de Deus, mas deve vir de dentro de nós. Isso deixa claro que a coisa mais importante na adoração não é o tipo de música, o lugar, a decoração, o estilo, mas sim o coração, o espírito dócil, reconhecendo a presença de seu criador e expressando sua gratidão pelo que Ele é, o que Ele fez e se submetendo ao Seu ensino.
Então da próxima vez que você participar de um culto de adoração, mesmo que seja diferente do que você está acostumado, lembre-se, você está lá para adorar a Deus e Deus somente. Envolva-se, cante, ore, tenha comunhão com seus irmãos e irmãs, escute a Palavra e dedique sua vida a Ele.
Tenha uma semana abençoada,

Pastor Lucas