Bem-Aventuranças: A Felicidade que Ninguém Quer – Aqueles que Choram – Parte 1

A história da humanidade está marcada com lágrimas. Começamos nossa vida chorando. Durante nossos anos mais jovens passamos por mudanças e muitas vezes angústia é a resposta que temos. Quando nos tornamos adultos, começamos a entender o mundo e seus problemas mais profundos e não podemos fazer mais nada além de chorar.

E finalmente, quando envelhecemos e o fim da vida se aproxima, às vezes ficamos cheios de arrependimento e medo da morte, entre outros sentimentos que nos fazem chorar.

Nós, como seres humanos, temos muitas razões para chorar, tais como:

Tristeza

Tragédia

Decepção

Fracasso

Problemas

Frustração

Dificuldades

Dor

E a lista pode continuar.

Nos últimos posts vimos a primeira Bem-Aventurança, sobre os “Pobres de Espírito”.

Eles são abençoados porque reconhecem que são impotentes e não podem fazer ou ser o que Deus lhes pede. Eles dependem totalmente da graça e misericórdia de Deus para serem e fazerem o que Deus e Sua Palavra exigem deles.

É importante entendermos que as Bem-Aventuranças estão conectadas umas com as outras. São passos em direção ao mesmo objetivo, A FELICIDADE QUE VEM DE DEUS.

Neste post veremos a próxima:

“Mateus 5:4 Bem-aventurados são aqueles que choram, pois serão consolados.” 

Duas palavras são centrais neste verso: a palavra “chorar” e a palavra “conforto”. A palavra chorar significa: “lamentar, prantear, se entristecer.” A palavra usada aqui é a mais forte entre as outras que significam chorar. É o lamento pela perda da coisa mais preciosa na vida de alguém.

Mas aqui Jesus está falando sobre o choro e o lamento por algo diferente; a razão desse lamento é a consequência do primeiro passo após entrar no Reino de Deus, o estado de ser “Pobre de Espírito”.

Como as outras Bem-Aventuranças, esta também não faz sentido à primeira vista. Como posso ser abençoado e feliz por estar triste e lamentando?

Vejamos algumas razões para os filhos de Deus chorarem e receberem conforto por isso.

1 – LAMENTAMOS POR NOSSOS PECADOS

A primeira razão é lamentar por nossos próprios pecados e faltas. Depois de reconhecer que somos pobres de espírito, o próximo passo é olhar dentro de nossa própria alma e vida, e perceber o quão longe estamos dos Padrões de Deus.

A primeira atitude que temos que ter é lamentar os nossos pecados. E arrependimento é o próximo passo. Temos que reconhecer nossas falhas e erros. Paulo escreveu aos Coríntios sobre isso para lhes dizer que a tristeza piedosa traz arrependimento que leva à salvação. Vejamos alguns exemplos nas Escrituras.

A – A Mulher Pecaminosa – Quando uma mulher veio a Jesus e lavou os seus pés com suas lágrimas, ela foi condenada pelas pessoas da casa, mas Jesus fez questão de dizer a ela que aqueles que são muito perdoados, amam muito. “Lucas 7:47 Por isso, te digo: perdoados lhe são os seus muitos pecados, porque ela muito amou; mas aquele a quem pouco se perdoa, pouco ama.” 

Quando reconhecermos nossos pecados, e percebermos o quanto ofendemos Deus, não teremos outra atitude, mas choro.

B – O Rei Pecaminoso – Davi – Davi teve a mesma atitude quando escreveu o Salmo 32, lá ele disse: 

“Salmo 32:1-5 Bem-aventurado aquele cuja iniquidade é perdoada, cujo pecado é coberto. [2] Bem-aventurado o homem a quem o SENHOR não atribui iniquidade e em cujo espírito não há dolo. [3] Enquanto calei os meus pecados, envelheceram os meus ossos pelos meus constantes gemidos todo o dia. [4] Porque a tua mão pesava dia e noite sobre mim, e o meu vigor se tornou em sequidão de estio. [5] Confessei-te o meu pecado e a minha iniquidade não mais ocultei. Disse: confessarei ao SENHOR as minhas transgressões; e tu perdoaste a iniquidade do meu pecado.”

Davi até mencionou a dor que seus pecados lhe causaram.

É importante entendermos que é esse tipo de lamento que Jesus está mencionando.

Quando formos capazes de ver nosso pecado, ver o quanto entristecemos a Deus com nossas atitudes, palavras, pensamentos e sentimentos, então estas coisas nos farão chorar.

Deus te abençoe,

Pastor Lucas

Bem-Aventuranças: A Felicidade que Ninguém Quer – Pobre de Espírito – Parte 2

Ser pobre de espírito é mais do que faltar comida, abrigo, dinheiro, etc. Jesus está falando de um tipo diferente de pobreza. É uma pobreza que vem de dentro, em nosso espírito. Aqui estão mais algumas coisas que ser pobre de espirito significa.

2     – O POBRE DE ESPÍRITO É ALGUÉM QUE DEPENDE TOTALMENTE DA GRAÇA E MISERICÓRDIA DE DEUS 

A.            Deus, e só Deus é aquele que pode salvar – O pobre de espírito é aquele que depende totalmente da obra de Deus para ser salvo. Isso é muito importante para entendermos que o cristianismo é uma fé exclusivista. Nossa fé reformada proclama; Somente Cristo.

B.            Os pobres de espírito somente recebem a oferta gratuita de Deus – Esse é o melhor desafio para as pessoas da nossa geração que pensam que podem fazer algo para possuir a salvação. Os pobres de espírito sabem que não podem. Eles só devem estender as mãos vazias da fé e receber de Deus o dom da salvação.

C.             Os pobres de espírito reconhecem e aceitam que é apenas pela graça e pela fé – Dependemos da graça e misericórdia de Deus. Deus é quem decide e opera a salvação naqueles que Ele quer. Esta é uma situação humilhante para nós. Temos que aceitar que não temos nada para fazer, ou qualquer coisa que façamos não é boa o suficiente para adquirir a salvação para nós mesmos.

3 – O POBRE DE ESPÍRITO É ALGUÉM QUE RECEBERÁ O REINO DO CÉU

A.            O portão para o Reino não é apenas estreito, mas também baixo – isso significa que poucos entrarão, mas para entrar eles têm que se curvar, baixar a cabeça, se humilhar. É o Reino de Deus, e Ele decidiu disponibilizá-lo através da obra de Seu Filho Jesus Cristo. E aqueles que estão dispostos a baixar a cabeça e humilhar-se poderão receber e entrar neste Reino.

B.            Os pobres de espírito são os que humildemente aceitam que não são o rei e a rainha neste novo Reino – Eles são servos de Cristo. Jesus é o Rei e a autoridade final em Seu Reino. A questão para os cristãos hoje é, quem tem a palavra final sobre sua vida, sua família, trabalho e as outras áreas da sua vida? Jesus é o Rei da sua vida ou você ainda está no controle?

C.             Os pobres de espírito se humilham diante de seus irmãos e irmãs – Isso é muito importante para entendermos e praticarmos. A Bíblia nos diz que devemos considerar nossos irmãos e irmãs superiores a nós, e nos considerar inferiores a eles. Os pobres de espírito têm um coração humilde em relação a Deus e seus irmãos e irmãs. Não importa se eles têm dinheiro ou não, se eles têm uma posição social importante ou não. A Bíblia é clara que devemos considerá-los superiores a nós.

Jesus nesta Bem-Aventurança nos diz que as pessoas, que são pobres de espírito, encontrarão uma felicidade que vem diretamente do próprio Deus. Eles terão uma felicidade espiritual que ninguém pode tirar deles. Eles terão uma felicidade espiritual que se baseia na vontade de Deus e estaremos certos de que Deus está satisfeito conosco.

Pobre de espírito, a verdadeira humildade é a primeira porque sem essa atitude não podemos avançar em nossa vida espiritual. Só podemos ser recebidos no Reino de Deus quando nos humilhamos e aceitamos o presente gratuito de Deus em Cristo.

O desafio para nós durante este estudo das Bem-Aventuranças é encontrar a Felicidade que vem de Deus. Essa felicidade é totalmente diferente da felicidade que experimentamos no mundo. Não é uma felicidade psicológica ou emocional; é uma Felicidade Espiritual que só Deus pode dar a você.

Minha oração é que você durante esta série descubra essa felicidade.

Deus te abençoe,

Pastor Lucas 

Bem-Aventuranças: A Felicidade que Ninguém Quer – Pobre de Espírito – Parte 1

 "SIM, EU POSSO! SIM, VOCÊ PODE! SIM, PODEMOS!

Podemos fazer isso por nós mesmos?

Podemos ser bons membros da igreja?

Podemos viver a vida cristã pelos nossos próprios esforços?

Podemos ajudar a nós mesmos?

Podemos receber o favor de Deus por nossas boas ações?

Podemos salvar a nós mesmos?

Sim, eu posso! Sim, você pode! Sim, podemos! "

Vivemos em uma época em que as capacidades humanas são exaltadas ao extremo. As pessoas são ensinadas que suas possibilidades são ilimitadas. Nossa geração está recebendo a informação de que podemos fazer tudo e qualquer coisa, até mesmo nossa própria salvação.

Temos pessoas hoje tentando se salvar. Eles acreditam que se trabalharem duro, orarem duro, frequentarem os cultos regularmente e realizarem boas obras, eles serão salvos, e Deus olhará para eles com favor.

Como vimos em nossa última mensagem de nosso Senhor e Salvador este Sermão é totalmente contracultura, propõe algo totalmente diferente do que temos em nossa sociedade.

A primeira Bem-Aventurança é essa, “Mateus 5:3 Bem-aventurados os pobres de espírito, porque deles é o reino dos céus.”

Há quatro termos que são importantes neste texto: Abençoado, Pobre e Espírito, reino dos céus.

A.            Abençoado – A palavra significa "abençoado (receber o favor de Deus), afortunado, bom (em posição de favor), feliz (sentimentos associados a receber o favor de Deus)."  Essa é a palavra usada para bem-aventurados. Abençoado é a palavra que expressa o favor de Deus àqueles que Ele ama. Essa bênção é interna e espiritual.

B.            Pobres – Há duas palavras no Novo Testamento para pobres. Esta significa: "pobre; (n.) pobre, mendigo, uma pessoa de poucos recursos, culturalmente considerada oprimida, desprezada e miserável, totalmente falida. " Expressa a situação humana de ser impotente, privado de qualquer coisa ou poder.

C.             Espírito – A palavra para espírito é uma referência ao espírito humano, aquele que foi regenerado e transformado pelo Espírito de Deus.

D.            Reino dos Céus – O Reino de Deus é o lugar onde Deus vive, governa e tem controle. É onde estão a vida abundante e a riqueza de Deus.

Essas palavras nos ajudam a entender o profundo significado desta Bem-Aventurança.

1 – O POBRE EM ESPÍRITO É ALGUÉM QUE RECONHECE SUAS LIMITAÇÕES

A.            Não depende de sua situação financeira – Os pobres de espírito, o termo já nos diz, está no espírito. É o reconhecimento dessa pessoa que ele ou ela não pode fazer nada para salvar-se a si mesmo. Não é algo que vem de fora ou de uma abundância financeira. É o profundo reconhecimento espiritual que eles são limitados e não podem fazer nada de bom para agradar a Deus. Claro, a pessoa que é realmente pobre tem algumas vantagens, porque é mais fácil para ela reconhecer e aceitar suas limitações. Elas podem vê-las. Pessoas que têm uma vida melhor, são cegas por essas coisas e têm mais dificuldades para aceitar suas limitações.

B.            É o reconhecimento de nossa total depravação – Os pobres de espírito reconhecem que ele ou ela não pode fazer nada para salvar a si mesmo. Eles são totalmente depravados espiritualmente. Paulo em Efésios os chama de “mortos em transgressões”, o que significa que não há nada que possamos fazer da nossa parte para atrair a graça e a salvação de Deus.

C.             Todas as tentativas de nossa parte falharam – esta é a conclusão de que os pobres em espírito chegaram. Suas tentativas de agradar a Deus e salvar-se falharam, e eles se viram perdidos e em uma posição desconfortável de serem inimigos de Deus.

Como você pode ver, os pobres de espírito são pessoas que olham dentro de si e percebem que elas não são fortes o suficiente ou boas o suficiente para agradar a Deus com suas próprias habilidades.

Deus te abençoe,

Pastor Lucas

Bem-Aventuranças: A Felicidade que Ninguém Quer – Parte 2

          Não podemos estudar as Bem-Aventuranças sem analisar o Sermão da Montanha. Mesmo que seja superficialmente, precisamos entender o contexto desses ensinamentos.

Em nossa última meditação começamos a aprender sobre o Mestre do sermão. Hoje vamos aprender sobre o público e o ensino.

O Público

Há duas audiências neste sermão:

A multidão – Aqueles que gostariam de saber mais sobre os ensinamentos deste novo rabino. Eles poderiam aceitar e obedecer ou não. Eles estavam lá apenas para ouvir sem a responsabilidade de obedecer. 

Os discípulos - Aqueles que foram chamados para fazer parte deste Novo Reino e precisavam aprender as suas regras. Os discípulos, por outro lado, foram chamados pessoalmente por Jesus. Eles estão lá para aprender e ser desafiados a praticar esses ensinamentos.

O Ensino – Contracultura

Este sermão e ensinamentos são totalmente contraculturas. Jesus neste sermão está trazendo algo totalmente diferente para aquela cultura, e não somente isso, mas para nós também.

Este sermão é contracultura porque vai contra tudo o que nossa cultura nos ensina. Isso significa não só nossa cultura, mas também nossas igrejas. Jesus está propondo uma mudança em nosso estilo de vida tão dramática que algumas pessoas têm dificuldade em acreditar que é possível obedecê-lo.

O povo em Seu Reino é caracterizado como sendo:

Humilde 

Compassivo

Manso

Ansioso pela justiça

Misericordioso

Puro de coração

Pacificadores

Perseguidos

Aos olhos do mundo, estas são marcas de perdedores – O mundo diz:

Afirme a si mesmo

Cuide de si mesmo

Tenha orgulho de si mesmo

Exalte a si mesmo

Defenda a si mesmo

Vingue a si mesmo

Sirva a si mesmo

Estas são as características do povo do mundo e dos reinos do mundo. Aprendemos dia após dia que essas características são normais e devem ser cultivadas por nossos filhos e por nós mesmos.

Aprendemos, crescemos aprendendo, e ensinamos aos nossos filhos que somos o centro do universo, somos a pessoa mais importante do mundo inteiro, e tudo e todos estão lá fora para nos servir.

Jesus neste sermão está nos dizendo que isso não está certo. Em Seu reino isso não deve acontecer.

Um dos principais objetivos deste sermão é de trazer todos para estas conclusões:

Eu não posso ser isso! – Esta é a primeira conclusão a que chegamos quando lemos este Sermão. Percebemos que não podemos ser esse tipo de pessoa sozinhos. É impossível.

Eu não posso fazer isso! – Esta é a segunda conclusão.  Não podemos fazer essas coisas. Elas estão muito além de nossas habilidades e capacidades. Nós simplesmente não podemos fazer isso.

Eu preciso de ajuda! – E, finalmente, percebemos que não podemos ser ou fazer sem a ajuda de Deus. Esse tipo de vida que Jesus está propondo só pode ser vivida com o poder e a ajuda de Deus.

Mudanças internas trazem mudanças externas – As mudanças que Jesus propôs devem ocorrer dentro de nós antes de virem para fora. Hoje queremos ter transformação externa sem ter a interna primeiro. Este sermão nos diz que não há transformação externa sem a transformação que é operada dentro de nossos corações pelo Espírito Santo e pela Palavra de Deus.

Deus te abençoe,

Pastor Lucas