Quando Marta e eu nos mudamos para Cincinnati, experimentamos mais um choque cultural. Eu tinha tido um em Nova Jersey, como um brasileiro que mudou para os EUA. Tive outro quando em Nova Jersey só trabalhava com gente de língua portuguesa. Isso era algo que eu não esperava. Onde quer que eu fosse naquela área eu podia encontrar uma loja, restaurante, mercearia, posto de gasolina, e igreja onde a língua principal era o português.
Mesmo trabalhando por algum tempo com uma igreja americana, meu principal ministério era com pessoas de língua portuguesa. Quando nos mudamos para Cincinnati, no estado de Ohio, TUDO mudou. Havia apenas um pequeno grupo de brasileiros lá, e nós os encontramos por causa da Copa do Mundo, quando vimos um casal brasileiro sendo entrevistado por um repórter de TV.
Lembro-me de quando começamos a procurar por uma igreja; Marta pegava as Páginas Amarelas, já que não havia Internet ou Google naquela época. Isso pode dizer-lhe há quanto tempo isso foi. É uma pena que não tínhamos um “smart-fone” naquela época para gravar essas conversas. Sua primeira pergunta não foi sobre a doutrina, o governo da igreja, a localização, não, não mesmo, a primeira pergunta, e a mais importante foi: "Vocês usam bateria no louvor?"Estávamos acostumados a adorar com um estilo contemporâneo, e era natural procurar algo que se assemelhasse à nossa experiência.
O primeiro Salmo de Romagem, é o primeiro passo na viagem a Jerusalém para adorar o Senhor, e começou em uma terra distante. Uma terra onde a cultura era diferente, a língua era diferente, e a religião era diferente.
O salmista nos diz que eles viviam entre outras pessoas, pessoas que eram diferentes deles. Eles começaram sua jornada em um lugar totalmente diferente do deles. Dois lugares são mencionados aqui, Meseque e Quedar. Um está no extremo norte e o outro no extremo sul da Palestina.
Eles tiveram que viajar todo o caminho daqueles lugares para Jerusalém. Eles tiveram que acampar no meio dessas pessoas e fazer negócios com eles durante sua jornada. Eles eram estranhos naquela terra.
A segunda coisa que aprendemos é que eles viviam entre pessoas que não acreditavam no mesmo Deus que acreditavam. Viviam entre pagãos. Eram pessoas que não conheciam o Senhor. Isso significa que eles não tinham as mesmas crenças e valores que o povo de Deus tinha.
O povo de Deus tinha que viver, trabalhar e servir esse povo. Por causa disso, cedo ou tarde, eles falariam sobre Deus, igreja e vida espiritual. Toda vez que eles tinham que ir a Jerusalém para adorar, eles tinham que explicar as razões para ir, e compartilhar suas crenças com seus vizinhos, chefes, etc.
Finalmente, eles estavam experimentando violência. Eles tiveram que viver com violência. Vivemos em um país no qual você pode acreditar em qualquer outro deus, e ter qualquer tipo de adoração, e as pessoas respeitam isso, mesmo que eles não concordem com você. Não era assim naquela época. Ter outro Deus e adorar de uma maneira diferente era arriscado.
Poder era a linguagem que eles conheciam. Poder e força eram usados para resolver suas diferenças, e eles normalmente faziam isso com violência e guerra. Estamos testemunhando um pouco dessa situação no Oriente Médio. A lei da terra é a lei dos mais fortes. Se você não acredita no que os fortes acreditam você está em apuros.
Nosso mundo, pelo menos na cultura ocidental, está se distanciando tão rapidamente da Fé Cristã, que alguns de nós podem facilmente sentir que estamos vivendo entre outras pessoas em uma terra distante. Você já se sentiu assim? Se assim for, este Salmo é para você.
Tenha uma semana abençoada,
Pastor Lucas
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