terça-feira, 25 de outubro de 2016

Servos desconhecidos – o homem que se sacrificou para servir Paulo

Epafrodito - o nome é complicado para pronunciarmos, pelo menos para mim, mas era um nome comum no mundo de língua grega do primeiro século. Para alguns estudiosos, significava “bonito”, mas para a maioria deles significa “favorecido por Afrodite ou Vênus.” Não sabemos muito sobre ele, apenas algumas referências que Paulo fez na sua carta aos Filipenses. Epafrodito era um membro da igreja em Filipos, uma igreja que foi estabelecida pelo apóstolo Paulo. Você pode encontrar esta história em Filipenses 2:25-30, 4:18.
Paulo estava numa prisão em Roma e a igreja em Filipos, decidiu enviar contribuições para apoiá-lo. A pessoa escolhida para esta missão perigosa foi Epafrodito. Não sabemos muito sobre ele, só o que Paulo menciona em sua carta, mas é o suficiente para ver seu caráter. Aprendemos também que, durante a sua viagem a Roma, ele ficou doente. A doença foi tão severa que ele quase morreu. Paulo parece que o tinha em alta consideração quando ele se refere a este homem praticamente desconhecido chamando-o de “meu irmão”, “cooperador” e “companheiro nas lutas”.
Às vezes as pessoas não precisam saber nossa história pessoal toda para obter um vislumbre de quem realmente somos. Neste caso podemos aprender muitas lições com Epafrodito. O primeiro é sua coragem. Podemos ver sua coragem em muitos aspectos desta história. Vemos a sua vontade de viajar uma distância longa, estimada de 700 a 1.200 milhas. Ele carregava dinheiro e outros presentes para Paulo nesta perigosa jornada de Filipos para Roma. Outra face da coragem dele é ser um servo de um prisioneiro de Roma. Ele não estava preocupado com o que as pessoas iam pensar ou dizer sobre ele, porque ele estava servindo e cuidando de um prisioneiro. Finalmente ele mostrou sua coragem, continuando a servir mesmo quando ele ficou doente e quase morreu. Isso nos diz algo sobre seu caráter.
Mas não é só a coragem que marcou este homem, mas o seu espírito de servo é outra característica dele. Ele foi lá não só para servir a igreja, mas também para servir o apóstolo Paulo. Ele não só trouxe presentes de sua igreja para Paulo, ele era um dos presentes. Ele não era apenas o entregador. Durante sua estada lá, ele ajudou Paulo trabalhando com ele e para ele. Isto nos ajuda a entender por que Paulo estava tão preocupado com seu bem-estar, porque ele se tornou um parceiro, um colega de trabalho, alguém que estava fazendo mais do que sua descrição de trabalho exigia.
Finalmente, ele era acima de tudo um mensageiro. Para Paulo, ele era um mensageiro de amor e apoio. A igreja enviou-lhe para trazer notícias para Paulo e também trazer apoio para seu ministério. Depois de ter terminado a sua missão com Paulo, Epafrodito foi enviado de volta com notícias do Apóstolo e com a carta que temos em nossas Bíblias hoje. Esta é a carta de Paulo aos Filipenses.
Às vezes Deus colocará pessoas, que não conhecemos muito bem, em nossas vidas durante tempos difíceis e eles vão trazer ajuda, graça e apoio durante nossas adversidades. E não só isso, mas às vezes Deus nos colocara na vida de outras pessoas que não nos conhecem muito bem para fazer a mesma coisa. Nós não as conhecemos muito bem e elas não nos conhecem muito bem, mas é Deus, aquele que conhece todos nós, que nos coloca juntos para ajudar e receber ajuda.
Tenha uma semana abençoada,

Pastor Lucas

terça-feira, 18 de outubro de 2016

Servos desconhecidos - a viúva estrangeira que alimentou Elias

Elias era um profeta em fuga. Ele tinha acabado de entregar uma mensagem poderosa para Acabe, um dos reis mais malvados que Israel tinha conhecido. Acabe estava adotando a idolatria e não só adorava outros deuses, mas forçava as pessoas a fazer o mesmo. Elias foi enviado por Deus para dizer à Acabe que por um período de 3 anos e meio não haveria nenhuma chuva naquela região. Você pode encontrar esta história em 1Reis 17.
Depois que ele profetizou Deus lhe disse para correr porque Acabe iria conectar a seca às palavras do Profeta e tentar matá-lo. Elias se escondeu no ribeiro Querite, ao leste do rio Jordão, onde ele bebia do riacho e era alimentado por corvos. Depois o riacho secou, porque não havia nenhuma chuva na terra, o Senhor o mandou para uma terra estrangeira, Sarepta em Sidon, onde uma viúva daquele lugar lhe forneceu comida.
Não sabemos muito sobre a mulher. Mas o que sabemos é suficiente para concluir que não era um bom negócio para o profeta. Ela era uma mulher, uma viúva, uma estrangeira, pobre e com um filho. Em sua primeira interação ficou claro que ela era um caso perdido. Quando Elias pediu água e comida ela disse-lhe que ela não tinha muito e ela estava pronta para preparar a última refeição que ela e o filho dela iriam comer. Eles estavam prontos para morrer.
Há algumas lições nesta história que eu gostaria de compartilhar com vocês. A primeira é que Deus usa as pessoas carentes e circunstâncias difíceis para nos ajudar, não só em nossas vidas, mas também em nossos ministérios. É claro que ela tinha muitas coisas que estavam contra ela e ela mal tinha comida suficiente para ela e seu filho, e agora este israelita vem aqui lhe pedir ajuda. Ela o ajudou de qualquer forma e por um longo tempo ela tomou conta dele.
A segunda lição que aprendemos nesta história é que o serviço dela começou com um simples copo de água. Isto é o que Elias pediu a ela. Depois veio um bolo e depois veio a hospedagem que ele precisava. Às vezes até pessoas que não conhecemos nem o nome nos alcançam com pequenos atos de bondade e vão a extremos para nos ajudar e nos servir.
A terceira lição que aprendemos nesta história é que ela foi uma bênção para Elias e ele foi uma bênção para ela. Na narrativa de 1Reis 17, Deus diz isto a Elias: “Levanta-te, vai para Sarepta, que pertence a Sidom, e habita ali; eis que eu ordenei a uma mulher viúva ali que te sustente. 1Reis 17:9” mas em Lucas Jesus tem isto a dizer: “Em verdade vos digo que muitas viúvas havia em Israel nos dias de Elias, quando céu se fechou por três anos e seis meses, de sorte que houve grande fome por toda a terra; e a nenhuma delas foi enviado Elias, senão a uma viúva em Serepta de Sidom. Lucas 4:25-26.” Para Elias, ela era a providência de Deus para ele. Deus iria sustentá-lo através dela. E ao mesmo tempo, Elias era a providência de Deus para ela e seu filho.
Finalmente, aprendemos que quando estamos dispostos a servir, a sacrificar e acreditar, nós seremos recompensados. Ela e o seu filho tiveram comida e água durante toda a seca e quando seu filho adoeceu e morreu, Elias o ressuscitou dentre os mortos. Às vezes Deus colocará pessoas que não conhecemos em nossas vidas para nos ajudar e às vezes ele nos colocará na vida de algumas pessoas para ajudá-las. Em ambos os casos todos serão abençoados.
Tenha uma semana abençoada,
Pastor Lucas

quinta-feira, 13 de outubro de 2016

Servos desconhecidos – o homem negro que carregou a cruz de Cristo

Provavelmente era um homem de pele escura, um Africano de Cirene. Simão de Cirene era o pai de Alexandre e Rufo. Esta é a única informação que temos sobre ele. A história é bem conhecida. Jesus tinha acabado de ser condenado e estava carregando a sua cruz pelas ruas de Jerusalém. Quando Ele se aproximou do portão Ele não suportou mais o peso, então os soldados forçaram Simão, a carregar a Cruz de Jesus para o Gólgota, o lugar da crucificação.
Cirene era uma grande cidade no que é agora a Líbia no norte da África. Havia uma grande comunidade judaica lá. Simão é um nome judaico que significa “ele ouviu ou obediente.” Ele provavelmente era um convertido ou um judeu que tinha vindo a Jerusalém para a festa. Ele era conhecido pela igreja cristã já que Marcos mencionou seus filhos. Muitos sugerem que Rufo o mencionado em Romanos 16:13 e Alexandre são os mencionados em Atos 19:33.
Simão e seu encontro não planejado com Jesus nessas terríveis circunstâncias é um enigma para muitas pessoas. Desta experiência podemos tirar muitas lições:
A primeira é que às vezes Deus usará as ações de pessoas más para mover-nos mais perto de Cristo. Eram os soldados racistas ou que só procuravam o mais forte que estava por lá? Nós não sabemos, mas os romanos tinham o direito de obrigar alguém ou recrutar qualquer pessoa para servi-los ou fazer trabalhos para eles. A palavra significa: “forçar para o serviço, ou serviço forçado.” Simão não tinha outra opção. Mas foi essa demanda que o trouxe para perto de Jesus.
A segunda lição que aprendemos é que às vezes nós involuntariamente vamos servir a Cristo e assim nossas vidas serão mudadas. Muitas vezes fazemos as coisas para Deus e Cristo e a igreja quando nós realmente não queremos. Fazemos porque nos sentimos forçados ou pressionados, ou alguém, como a esposa,  os pais, o pastor, forçou a barra e tivemos que fazer. Mas aquele trabalho nos fará ver Deus e sua obra em uma perspectiva diferente. Isso vai mudar nossas vidas.
A terceira lição que aprendemos é que às vezes nós estaremos no lugar errado na hora errada, mas Deus fará isso o lugar certo e o momento certo. Isto é o que chamamos de providência. Simão estava "passando, andando ao seu lado, passando longe." Ele estava vindo do campo no momento exato em que Jesus estava saindo da cidade. Ele não estava nem mesmo curioso o suficiente para parar e assistir o espetáculo. Ele só queria passar e continuar com sua vida. Mas Deus tinha outros planos e Ele usou os soldados para forçá-lo a carregar a Cruz até ao Gólgota. Às vezes nós perguntamos, “Por que eu? Por que agora? Por que aqui? Por que isto?” Não se esqueça que Deus controla tudo e todos.
Muitas vezes Deus nos colocará em situações como Ele fez com o Simão. No início parecia ruim, mas os resultados foram tremendos. Ele se tornou um seguidor de Cristo. Sua esposa serviu o apóstolo Paulo como uma mãe e seus filhos foram líderes da comunidade cristã. Deus sempre sabe o que está fazendo.
Tenha uma semana abençoada,
Pastor Lucas

terça-feira, 4 de outubro de 2016

Servos desconhecidos - a prostituta que ungiu Jesus

No evangelho de Lucas (7:36-50), nós encontramos esta intrigante estória de uma mulher com um passado sombrio que furou uma recepção que um fariseu estava oferecendo para Jesus. De alguma forma ela conseguiu entrar na sala onde a comida estava sendo servida. Ela ungiu os pés de Jesus com suas lágrimas e um perfume muito caro. Logo depois ela passou a secar seus pés com os cabelos e a beijá-los.
Essas ações causaram um mal estar no ambiente, não só para os convidados, mas também para o dono da festa. Sua primeira reação não foi contra a mulher, mas sim contra Jesus. Ele pensou que, por Jesus ser um profeta Ele saberia quem era aquela mulher e o que ela fazia para ganhar a vida.
Nós não temos muita informação sobre ela. Sabemos que ela tinha vivido uma vida pecaminosa e era conhecida na cidade. Nós não sabemos o nome dela ou de onde ela vinha. Mas mesmo não sabendo muito sobre ela, podemos ver o coração dela. É claro que seu coração foi quebrantado, e ela estava arrependida. O texto nos diz que ela estava chorando. Também aprendemos sobre sua fé. Ela sabia quem era Jesus e o que Ele poderia fazer por ela, ou o que Ele já tinha feito por ela. Alguns comentaristas nos dizem que o tempo verbal sugere que ela já não estava mais vivendo uma vida pecaminosa, e que aquilo era uma coisa do passado, o que nos dá uma ideia de que Jesus tinha se encontrado antes com ela e mudado sua vida. Também aprendemos sobre sua vontade e coragem de estar com Jesus e fazer algo bom para Ele. Ela poderia ter entrado numa grande enrascada pelo o que ela fez, mas ela estava disposta a correr o risco para demonstrar publicamente sua gratidão a Jesus.
Suas ações são um forte contraste com as mostradas pelos atos de adoração normal dos fariseus. Suas ações também contrastam com muitos dos nossos atos de culto. Primeiro, não havia nenhuma palavra, apenas ações. Ela não disse nada. Ela só fez o que fez. Em segundo lugar não havia nenhuma ação religiosa, apenas arrependimento. Ela foi perdoada e ela entendeu o que isso significava. Ela só não podia conter as lágrimas. Por último, ela não demonstrou orgulho, apenas humildade. Isso contrasta com os fariseus que amavam fazer ações religiosas para aparecer e demonstrar o quão bom eles eram. Mas esta mulher simplesmente humilha-se, unge, beija os pés de Jesus e os seca com os seus cabelos.
Jesus não perdeu essa oportunidade bonita para ensinar lições, não só para o anfitrião do encontro, mas para todos que estavam lá. A primeira coisa que Ele fez foi usar a ações amorosas dela para condenar os líderes religiosos. Ele também condenou o anfitrião do festa, quando ele falhou em oferecer água para os hóspedes para se lavarem. Jesus também usa o ato daquela mulher para ensinar sobre amor e perdão. É neste contexto que Jesus faz uma das mais belas declarações sobre perdão e amor. Aqui está o texto: “Por isso te digo: Perdoados lhe são os pecados, que são muitos; porque ela muito amou; mas aquele a quem pouco se perdoa, pouco ama. Luke 7:47.” Finalmente, Jesus usa suas ações para ensinar a todos que Ele é o único que pode perdoar pecados e salvar as pessoas. Após sua declaração, Jesus reiterou que os pecados dela foram perdoados e ela foi salva por sua fé.
Quando reconhecermos o quanto nós fomos perdoados, nosso relacionamento com Jesus, nossa dedicação à sua causa e nosso serviço mudará drasticamente.
Tenha uma semana abençoada,
Pastor Lucas