terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Seminarista Rasga Bíblia no Sermão de Prova

Seminarista Rasga a Bíblia from Lucas Pina on Vimeo.


Está história verdadeira aconteceu no final de 1979. Eu estava no meu último ano do Seminário. Foram quatro longos anos de apredizagem teórica e prática. Na classe de Homilética (a arte de pregar) nós tínhamos que apresentar um sermão todo o ano. Nos dois primeiros anos o sermão era apresentado na sala de aula, acompanhado por críticas dos colégas e do professor. Nos últimos dois anos era apresentado durante o culto com a presença de todo o seminário e professores, e a crítica era feita somente pelos professores. Nestes dois cultos o seminarista tinha a responsabilidade não somente de pregar mas de preparar e dirigir todo o culto.
Durante aquele tempo, por incrível que pareça, a grande discussão na minha denominação era o uso de expressões corporais no culto, como bater palmas, levantar as mãos, etc. Naquele ano o secretário nacional de mocidade fez uma visita ao seminário onde ele deu a entender que estas expressões eram próprias de terreiro de macumba e outros cultos pagãos. A discussão ficou acalorada, com grupos entre seminaristas tomando posição contra ou a favor.
A discussão, estava tomando uma direção que não era sadia, estava se afastando das Escrituras, que em nossa teologia deveria ditar a nossa forma de agir e também o nosso culto a Deus, e indo para o lado político. E todos sabem que quando política se envolve com teologia o resultado é disastroso.
O dia do meu sermão de prova estava chegando e eu decidi pregar sobre as Escrituras, sua autoridade sobre todas as àreas de nossa vida. O texto escolhido foi o de 2 Timóteo 3, onde o apóstolo Paulo coloca de forma clara a autoridade e a utilidade das Escrituras.
Eu compartilhei com alguns colegas a minha intenção de usar uma ilustração mais contudente. Eu iria rasgar a Bíblia no púlpito durante o meu sermão de prova. Alguns gostaram da idéia, outros ficaram preocupados com as consequências.
O meu sermão de prova foi marcado para uma Quinta-Feira. O Salão Nobre do Seminário estava lotado, parecia que os alunos desconfiavam que algo diferente ia acontecer. Eu levei para o púlpito alguns livros, tipo Greek Lexicon, Dicionário, e minha Bíblia. Entre eles um livro que parecia  com a Bíblia, mas na verdade era um livro que eu comprei num sebo (livraria que vende e troca livros usados). Eu usaria aquele livro para rasgar as páginas. Eu coloquei aquele livro em cima da minha Bíblia criando o efeito para aqueles que olhavam da congregação para o púlpito a impressão de que eu estava lendo os versículos daquele livro, sendo que na verdade eu estava lendo na Bíblia.
O efeito funcionou perfeitamente, como vocês ouviram. Quando eu comecei a rasgar a Bíblia vocês podem ouvir a reação do auditório. Depois do culto muitos colegas foram até o púlpito checar as páginas que joguei no chão, se eram mesmo da Bíblia ou não. O audio, infelizmente não é dos melhores, um colega decidiu gravar o sermão e me deu o tape de presente. Eu finalmente consegui passar para MP3 e agora compartilho com vocês.
Infelizmente a discussão não mudou nestes 33 anos. A igreja continua debatendo este tópico. Na minha época algumas igrejas resolveram mudar a metodologia, não somente no culto, mas também na maneira de desenvolver o ministério. Elas foram perseguidas e pastores foram taxados de tudo quanto é nome. Eu escrevi um livro sobre aquela época chamado “A Doutrina da Gravata”, livro este que estarei lançando a segunda edição em breve.
Com aquele sermão eu aprendi uma lição importante que tenho usado desde então, o poder da imagem e ilustração visual. Por muitos anos eu tive a grata alegria de encontrar com colegas que estiveram presente naquele culto e que lembravam vividamente da mensagem.
O meu desejo em compartilhar com você este sermão é mostrar que a Bíblia ainda é a nossa única regra de fé e prática, e que devemos nos esforçar ao máximo para comunicá-la de uma forma correta e impactante.
Que Deus te dê graça para ser fiel e criativo na comunicação da Sua Palavra.
Deus te abençoe,
Pastor Lucas

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